sábado, 28 de novembro de 2015

Perdão de Severino

Perdoa-nos como perdoamos...

Em um prado distante...no interior do Rio Grande do Norte...pertinho de Mossoró, em uma terra de nome esquecido, as águas de pia batizaram mais um Severino.

Vou contar essa história por demais verdadeira.

Ao sair da clínica de sérios exames, adentrei num táxi cujo simpático motorista, de sotaque nordestino, iniciou a contar as impressionantes peripécias de sua vida retirante.

Aos três anos de idade, Severino tornou-se órfão de pai. Sua mãe, que herdou grande propriedade de terra, com grande variedade de bovinos e caprinos, casou-se novamente.

Não demorou muito para o padrasto tornar-se senhor de tudo e querer matar o filho do finado.

Assim, para não sujar suas mãos em legítima defesa de sua vida, Severino vai para as Minas Gerais tentar a sorte, aos 16 anos, como "tirador" de leite de vaca na fazenda de um senhorio...sem horário certo para dormir...vivendo por um teto.

Tem mais...

Ainda triste com suas lembranças - a concordância de sua mãe com seu destino e a longa viagem de 16 dias de "pau de arara", Severino decide tentar a sorte no Distrito Federal.

Aqui...trabalhou de tudo! Foi ajudante de pedreiro, de eletricista e eletricista...

Carregava consigo uma mala com todo o dinheiro que ganhara com seu árduo trabalho. Mas, o inesperado aconteceu!

Um insensível larápio furtou sua mala com o dinheiro e documentos...

Ao se apresentar ao Exército sem a carteira de reservista...em plena ditadura militar...foi escolhido! Daí, além do banco, conheceu o trabalho de soldado e a patente maior de cabo.

Quando surge uma oportunidade de melhorar no Exército, para trabalhar no Palácio da Alvorada, a convite de um superior, seu superior imediato disse que ele era um homenzinho atrevido e que só tinha direito a pedir baixa do Exército ou ser preso! A vaidade do superior imediato foi outra pedra na vida de Severino.

Melhor do que ser preso em plena ditadura...pediu baixa...tornou-se taxista, casou-se, teve três filhos...ajudou a mãe, que perdeu tudo e foi expulsa de casa pelo marido. Cuidou dela até sua morte e ajudou a criar as três filhas que ela teve do padrasto.

Hoje, sente orgulho em dizer que formou os três filhos que teve em Brasília e que todos estão caminhando na vida!

Os cabelos brancos de Severino e seu sorriso demonstram coragem e misericórdia. Com certeza, é uma história de superação e perdão!

Meu respeito a todos os cadangos Severinos, retirantes batizados de pia, retirantes desde tenra idade e conhecedores da vida! Sabedoria que Deus dá! Não se aprende em livros!

Karoline Brasil

sobreavidaempalavras.blogspot.com.br 







quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Família


Família...

Alguém já se perguntou se existe algum sentido divino para nascermos ou crescermos nesta ou naquela família?

Eu, realmente, não sei os desígnios de Deus...Mas, como Ele controla o Universo e tudo o mais que o ser humano não é ainda capaz de descobrir, penso que deve, sim, existir um sentido...

Por que Deus me deu aqueles irmãos, pai e mãe, primos e todos os outros?

O fato é que temos um elo. Temos um acontecimento que nos une. Tornamo-nos parentes e, na visão divina do amor, acredito que deveríamos nos amar. Se devemos amar os estranhos a nós, o que poderíamos dizer daqueles que nasceram e/ou cresceram em nosso convívio?

Todavia, sabemos que nem sempre é assim...

Estamos vivendo tempos de intolerância. Não somos tolerantes com os erros dos outros. Não somos tolerantes com as limitações dos outros.

As pessoas mais próximas são aquelas que, muitas vezes, sofrem de perto as consequências de nosso egoísmo. Não temos tempo. O tempo parece escasso para os nossos. Não há tempo para falarmos ao telefone, ligarmos para o irmão, conversarmos com nossos pais... Somos seres envoltos em nós mesmos. Estamos longe de um ideal divino de amor. O amor que cuida, que se doa, que pensa no próximo, que deseja ficar próximo...

Afinal, o que estamos fazendo daquilo que a vida nos tornou? Culpamos nossos pais...irmãos...os estranhos...a nós mesmos... Somos incapazes de nos perdoar... Como perdoar o outro?

E feliz ainda é aquele que consegue ter essas elucubrações...

Infelizmente, existem muitas pessoas no mundo que vivem por viver. Perderam o brilho da vida, os sonhos, o sentido...

O problema de tudo isso é que o tempo é certo. A incerteza do tempo é uma criação humana. Apenas Deus é atemporal. O tempo não perdoa. Se ele cura tudo como dizem eu não sei. O que eu sei é que o tempo não pára. O tempo é uma constância impiedosa que precisa ser respeitada. As pessoas morrem. Aqueles que te deram amor ou não vão morrer um dia. Você vai morrer.

O que você fez para aproveitar o tempo? Um dia nenhum desentendimento vai importar. O que vai realmente importar é o valor que você deu ao que realmente tem valor. Ou melhor: se você deu valor a quem você deveria dar valor. Não importa se essa pessoa te deu o amor que você merecia. O que você fez com o seu tempo?

Falou rapidamente ao telefone? Estava com pressa? É chato repetir a conversa novamente? Ela – ou Ele – é chata?

Um dia, alguém pode te surpreender. Um dia a vida vai te surpreender.

Nisso tudo eu só entendo uma coisa: família é quem importa. Se não gosta, mas importa, é família também. Mas, se você ama, como faz falta quando chega ao fim! Da memória, não sai. Os olhos procuram retornar ao passado para procurar o tempo que se esvaiu. As lágrimas caem. O coração aperta. E o sentido da vida aparece. Às vezes, tarde demais.

 Karoline Brasil

Boas-vindas!



Sobre a vida em palavras...

Sejam bem-vindos!

Na vida, somos todos professores e alunos em nossa trajetória.

Que minhas palavras sirvam de incentivo para você e para mim!






Deixo registrado que os vídeos inseridos neste blog não são por mim elaborados, mas extraídos do YouTube (postados por outras pessoas, o que os tornam públicos).