sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O ballet de Alice

Era uma vez...

Uma menina de olhos castanhos brilhantes, cujo maior sonho era ter uma casa na árvore.

Não seria uma árvore qualquer! Mas,  um grande e majestoso Ipê de flores coloridas. Na verdade, esse Ipê mudava de cor a cada mês e também conforme o coração e o brilho dos olhos castanhos da menina.

Parte da menina cresceu. É a parte que todos querem ver. Quase ninguém vê a menina como ela é. Aliás, ela mesma demorou para saber como, na verdade, era seu coração.

O Ipê gigante ainda está vivo nas lembranças daquilo que nunca aconteceram. A menina tem várias lembranças dessas!

Um dia, numa noite de Natal, todos estavam reunidos para celebrar o nascimento daquele que dizem ser o Salvador. A menina acredita nisso. Ela não acredita num Deus que leva seus filhos rebeldes para o padecimento eterno. Nada disso. A menina gosta de tratar o Jesus menino como amigo próximo. Ele entende suas brincadeiras em um corpo que cresce e uma mente que gosta de ser criança. Ele também gosta de chocolate e brincar de dançar rodando em círculos quando ninguém vê.

Quando o Ipê está cinza...a menina, muitas vezes, não quer procurar seu amigo. Mas, a menina sempre lembra dele e sabe que ele não a esquece. Ele é a própria estrela de Natal da lembrança não realizada numa noite estrelada com duas Luas cantoras. A menina dançava ballet vestida de Alice pulando de Lua em Lua e ouvindo as gargalhadas do Menino-Rei.

Nessa noite, os pais da menina estavam vestidos de branco e tomavam suco de uva. A menina comeu vários tipos de pães. Ela não esqueceu do sacrifício de seu amigo quando já tinha crescido. Contudo, não era o momento de uma lembrança triste e feliz ao mesmo tempo. A menina só queria lembrar do único bebê capaz de rir para pedir leite e que adorava animais, exatamente como a menina. Aliás, Ele também dormia com eles!

O menino abençoou a Uly e o Théo, cachorrinhos e filhos da menina. A irmã da menina resolveu amá-la novamente. Ela também adorava a Uly e o Théo. De repente, eles cresceram e levaram a menina e sua irmã montadas para um passeio cheio de alegria e velocidade.

A menina agarrava nos pelos macios da Uly e do Théo. Não era mais ela que protegia eles, mas eles que a protegiam de todos os perigos da vida real. A irmã teve que voltar para seu grupo, mas sempre se comunicavam por cartas mágicas levadas pelo vento, que era incrível porque tinha o som da música de ballet que a menina dançava para todos que ela amava.

À frente de Uly e Théo estava a pessoa mais especial do mundo. A menina o amava do tamanho do céu. Ele era uma criatura alada e ungida com o óleo da virtude e do amor, que foram doados pelo Menino-Rei.

Estávamos em direção ao grande dirigível de Dick Maneiro, que era um grande amigo e protetor da família. Uly e Théo ficaram protegendo os pais da menina de olhos castanhos. Ela e seu irmão alado entraram no dirigível e foram deixados por 10 (dez) dias no Polo Norte para contemplarem a aurora boreal. Era para que seu irmão se lembrasse que momentos especiais devem acontecer quando permitimos. Lá, eles se conheceram de verdade e resolveram pedir ao Menino-Rei que lhes dessem a maior virtude que um humano poderia ter: a coragem.

De repente, o Ipê ficou cinza...É que a menina de olhos castanhos sentiu medo do frio.

As lembranças daquilo que não ocorreu se desfazem quando ela pensa demais na realidade. Pobre menina de olhos castanhos! Ela queria que fossem verdes. Não por serem mais bonitos. Mas, para que o mundo real pudesse ter uma cor mais iluminada. Tudo de bonito para ela lembrava o verde da aurora boreal, que na verdade ela nunca viu.

Depois de todo esse medo, a menina adormeceu. Ela acordou dançando ballet vestida de Alice. Na plateia, estavam as pessoas mais especiais do mundo: seu irmão, a Uly e o Théo.

A cena termina com a menina dançando. Mas, dessa vez, ela formava círculos mágicos com os pés ao redor do Ipê que estava dourado como o Sol porque era novamente Natal.


Karoline Brasil








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